Quando um programa deixa de existir só na televisão

A televisão tem um papel fundamental na sociedade, desde os tempos da TV analógica, passando pelo teletexto e pela TV digital, até à dita era da TV interativa com que nos deparamos hoje. Com um poder sem precedentes, os espectadores atuais podem, não só consumir diferentes tipos de media através da televisão, como também se posicionam como entidades promotoras e produtoras de conteúdo.

É neste contexto que as redes sociais assumem um papel determinante, na medida em que não só constituem um barómetro de sucesso de um determinado programa, como também uma forma ímpar de maximizar o envolvimento dos espectadores, para que possam fazer parte do programa e ter um papel importante nas decisões que ditam o curso do mesmo. Quanto maior o envolvimento do espectador com o programa, maior será a sua disponibilidade para promover os conteúdos, aumentando assim a visibilidade dos mesmos.

Um estudo Nielsen vai ainda mais longe e tenta mesmo demonstrar a relação entre audiência e online buzz de um programa (ver gráfico).

Online Buzz VS Audiência

A versão americana de “X Factor” é um bom exemplo da importância do online buzz, ao permitir votações e partilhas de opinião sobre os candidatos, no Twitter e no Facebook. Um outro exemplo é o do Twitter Tracker da MTV presente nos prémios de vídeos da edição de 2010, em que o número de tweets por minuto determinava o número do ranking de cada  um dos artistas.

Twitter Tracker, MTV

Em Portugal, a aposta nas redes sociais, passa ainda essencialmente pela integração linear do Facebook e do Twitter nos diversos reality shows e programas, para divulgação unilateral de conteúdos. Existem, contudo, algumas excepções a considerar, como é o caso de um dos grandes programas de caça-talentos que passou recentemente numa das estações nacionais, para o qual, e ainda antes da sua estreia, se desenvolveu uma página de audições online, ligando de imediato o online ao programa. Durante o fim de semana de estreia, o número de seguidores da página de facebook do programa aumentou 50%, tendo a audiência ultrapassado os 700 mil espectadores.

Com efeito, e a título conclusivo, existem poucas dúvidas relativamente à relação entre as redes sociais e a audiência dos programas televisivos. Os espectadores deixaram o papel meramente passivo e de receptor há muito tempo, desempenhando hoje uma função cada vez mais determinante na partilha e desenvolvimento de conteúdos. O seu envolvimento no processo de construção televisiva tem, pois, uma influência directa nos resultados de um programa, reflectindo-se numa audiência maior e mais próxima.

Ana Marques
Participante da Academia FLAG de Marketing Digital (2ª Edição Lisboa)
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1 thoughts on “Quando um programa deixa de existir só na televisão

  1. O Post reflete sobretudo a interação entre os programas de entretenimento de televisão e as redes sociais e como o seu uso pode potenciar o sucesso desses programas, em termos de audiência. Mas também na informação é possível trabalhar essa interação. Por exemplo nos fóruns diários em que os telespectadores comentam um tema de atualidade. Hoje, ainda, o poder editoral da escolha do tema diário está do lado dos jornalistas. Mas o uso das redes sociais pode passar para os espectadores a escolha do tema do dia sobre o qual pretendem falar. O mesmo caminho pode ser feito na rádio. Pena que o gráfico publicado não seja legível.

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